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Marcela Oliveira e Mickaell Clygens
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Marcela Oliveira e Mickaell Clygens
Cerca de 30 socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizaram um protesto, na manhã desta terça-feira (19), próximo a uma escola de enfermagem, no bairro do Farol. Eles protestaram contra a portaria que prevê a redução do efetivo nas cidades de Maceió e Arapiraca.
A redução atenderá a portaria nº 2048 do Ministério da Saúde (MS) para os atendimentos de urgência e emergência, que prevê para esses tipos de atendimento a quantidade mínima de um técnico de enfermagem e um condutor. Atualmente, são dois técnicos mais o condutor.
Para o Sindicato dos Servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SindSamu) essa medida irá dificultar o trabalho das equipes e prejudicará o atendimento. “É um absurdo o governo reduzir o número de pessoas. Isso vai prejudicar o pessoal do Samu e a própria população”, disse o 1º secretário do sindicato, Isaac Silva.
Um motorista, que não quis ter seu nome divulgado, concorda que a redução irá afetar na qualidade do serviço. “Já é difícil estacionar, procurar sinalização... só com duas pessoas na ambulância vai ficar ainda mais difícil”.
Atualmente, só em Maceió, trabalham 125 socorristas e 118 condutores. Com a medida, de acordo com o sindicato, haverá redução em 40% dos profissionais de enfermagem e em 20% dos condutores socorristas.
Conselho reprova redução
Em nota divulgada à imprensa, o Conselho de enfermagem de Alagoas (COREN-AL) corrobora a opinião de que tal projeto será prejudicial à sociedade alagoana, pois tal redução certamente comprometerá a qualidade dos serviços prestados.
“Sabendo que, por mais capacitados que sejam os profissionais do Samu, é humanamente impraticável realizar um bom atendimento em saúde com equipe reduzida dessa maneira. O argumento de que, com a redução de profissionais, o Estado reduzirá custos e poderá aumentar o número de viaturas, se mostra descabido, pois sabe-se que a saúde não funciona como numa linha de montagem, em que se pode reduzir funcionários, comprar mais máquinas e ter a mesma qualidade de resultados em dobro. Na saúde o principal elemento é o humano. Dar boas condições de trabalho para os profissionais de saúde é um caminho certamente mais exitoso”.
Motolâncias
A assessoria de comunicação do Samu informou à reportagem do Primeira Edição que as pessoas que serão retiradas das ambulâncias serão capacitadas para conduzirem as motolâncias.
“Não vai ter perda alguma. Caso o pessoal da ambulância precise de apoio, eles solicitarão uma motolância, ou vice-versa”, disse Arnaldo dos Santos, acrescentando que o serviço já foi implantado em outras estados, a exemplo de Pernambuco e Bahia, e tem mostrado eficácia no atendimento.
Segundo informou, Maceió ganhará cinco motos de socorro. Cada motolância dará suporte a duas ambulâncias. A mudança será posta em prática a partir do dia 01 de setembro deste ano.
Como ficará o atendimento
A equipe do Serviço Móvel de Urgência (Samu) realizou também uma simulação de como seria o atendimento com três e com dois integrantes da equipe. O condutor que é socorrista, e que pode ajudar em determinados casos, terá trabalho em dobro, pois contará com apenas um técnico em enfermagem para realizar os procedimentos cabíveis.
Passando para apenas um técnico e um socorrista a qualidade do atendimento a sociedade cairá e a demora crescerá. As dificuldades que os técnicos terão para realizar a prestação de serviço será maior até a chegada da Motolância, caso precisem.
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